Eu
acredito naquela literatura que nos diverte, e divertindo, nos faz
pensar sobre a vida, a família, nossa relação com Deus, nosso
relacionamento com o próximo. Esta literatura não é informativa,
nem aquele mosaico de palavras disformes, mas clara, divertida e
reflexiva. Ela não precisa ser verdadeira e real, mas verossímil e
nos fazer refletir sobre o real de maneira atraente, seja sobre
aparente realidade, ou declarado non
sense.
Assim encaro este
“Romance de Adão e Eva”: não é um esboço exegético, tratado
teológico ou arqueológico sobre nossos pais, mas uma ficção;
peguei emprestado as imagens, quase folclóricas, disseminadas pelo
senso comum para, reciclando-as, falar sobre família, comunidade e
espiritualidade. Não queira comparar ou substituir estas histórias
ao Gênesis, e se encarar como um livro teológico, por muito menos
muitos outros autores foram parar na fogueira. É uma ficção sem
qualquer inspiração divina, no máximo inspirado em Moisés,
afinal, qualquer semelhança não é mera coincidência.
Espero, no entanto,
trazer aos leitores pedaços de diversão e reflexão, guiados por
este corpo mitológico da origem real do mundo. Quero recortar as
figuras narradas em Gênesis e fazer uma colagem em uma montagem
própria, ficcional. Mas não se engane, a pretensão parece ser
maior do que é. Não pretendo construir um clássico, que era de se
esperar com a proposta, pois isso necessitaria de um escritor mais
hábil. O propósito é modesto, é escrever um folhetim que seja
divertido e, em família ou individualmente, possa fazer-nos pensar
sobre a vida, quem sabe deitado sobre uma rede, ou na trajetória de
um ônibus.
Sobretudo, quero
encorajá-los a um relacionamento mais profundo com Deus. Se ao fim
de cada leitura você sentir-se interessado em conhecer mais este
Deus Criador de Adão e Eva, é hora de caminhar para a Bíblia
(importa que ela cresça e que este folhetim diminua), e aí sim
serei um escritor satisfeito.
Boa leitura.